segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mountain bike, ski ou corrida? Iditarod: a prova mais difícil do mundo

Mountain biking, skiing or by foot? Iditarod: the world's toughest race. (Translate this article)


Foto por Jeff Schultz
Em algum momento você já deve ter ouvido falar na prova Iditarod, uma corrida anual de trenós puxados por cães, com 1.868 km de extensão, cruzando o Alasca por 8 a 15 dias, da cidade de Willow (próximo a Anchorage) até a cidade de Nome. A prova, que teve seu tempo mais rápido estipulado em 2002 por Martin Buser com um tempo de 8 dias, 22 horas, 46 minutos, e 2 segundos, foi inspirada em um fato histórico, quando em 1925 a cidade de Nome sofreu com a difteria. Devido ao mau tempo e impossibilidade de acesso a cidade por outros meios, foram utilizados em torno de 100 cães com trenós para buscar a vacina em Anchorage, conforme pode ser visto no desenho Balto, da Universal Pictures.

Pois além da tradicional prova com cães, também está sendo realizada anualmente, desde 1988, a versão voltada para mountain bikers, esquiadores e corredores. Conhecida como uma das mais duras provas do mundo, com opção de percurso de 560 ou 1771 km, ela não é feita para qualquer aventureiro. Uma vez que não existe apoio durante a prova e o ambiente é extremamente inóspito, sujeito a temperaturas baixíssimas e tempestades de neve características do inverno no Alasca, o desafio requer que os atletas sejam no mínimo experts em sobrevivência.



De acordo com Chris Costman, em artigo publicado no site Adventure Corp, é preciso um histórico de insanidade na família para participar da prova de bike, também conhecida como Iditabike. A prova, que ocorre 100% do tempo sobre o gelo, atravessa lagos e rios congelados, pântanos e florestas. Os atletas devem carregar equipamentos obrigatórios de sobrevivência no gelo, incluindo saco de dormir para baixas temperaturas, abrigo, isolante térmico, fogareiro, combustível, panelas, sinalizadores, apito, comida e água, o que recorda mais uma lista para montanhismo. Muitos ciclistas optam inclusive por puxar um pequeno reboque de neve para carregar todo o equipamento. O que por um lado pode facilitar o transporte, por outro pode trazer vários problemas, como o arrasto na neve fofa e um bólido em alta velocidade lhe perseguindo nas descidas íngremes.





Mas as dificuldades não param por aí. Para se manter aquecido pedalando (empurrando, cavando, se arrastando) não bastam apenas o sistema de diversas camadas de roupas como já conhecemos, é preciso usar algum sistema de aquecimento extra, como gel químico que produz calor ao ser ativado. É preciso cuidar com o congelamento das mãos e dos pés. Os óculos (normalmente de ski para proteger uma maior área do rosto) costumam a ficar embaçados a maior parte do tempo com a transpiração, congelando internamente, inclusive seus cílios que acabam grudandos os olhos. A água, se deixada exposta, congela em menos de 20 minutos de prova, tendo que ser carregada em recipientes especiais (normalmente os utilizados para proteger lentes de câmeras fotográficas) ou em camels junto ao corpo (o que também pode vir a ser um desastre no caso de vazar e deixá-lo molhado e, claro, literalmente congelado). As rodas da bike irão afundar na neve por inúmeras vezes, o ar das câmeras vai diminuir de pressão devido a baixa temperatura, os mecanismos de câmbio, correia, freios podem congelar e quebrar se não forem preparados para a neve.



Mas, mesmo com todas as dificuldades apresentadas, anualmente lá estão em torno de 50 atletas para realizar a extenuante prova. De acordo com o blog da prova, a lista de inscritos para fevereiro do próximo ano já está fechada, com outros 20 atletas em uma lista de espera caso existam desistências. Quem sabe você ainda consegue um lugar para correr em 2011?

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